domingo, 28 de junho de 2009

De Quem é o Presente?


Perto de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direcção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Conto Zen



Quando curiosamente te perguntarem, buscando saber o que é Aquilo,
Não deves afirmar ou negar nada.
Pois o que quer que seja afirmado não é a verdade,
E o que quer que seja negado não é verdadeiro.
Como alguém poderá dizer com certeza o que Aquilo possa ser
Enquanto por si mesmo não tiver compreendido plenamente o que É?
E, após tê-lo compreendido, que palavra deve ser enviada de uma Região
Onde a carruagem da palavra não encontra uma trilha por onde possa seguir?
Portanto, aos seus questionamentos oferece-lhes apenas o silêncio.

Silêncio - e um dedo apontando o Caminho.

Namaste

Este é o jeito ZEN


Não dizer as coisas até o fim. Isso precisa ser compreendido, pois é uma metodologia muito importante. Não dizer tudo significa dar uma oportunidade para que o ouvinte complete o que está sendo dito. Todas as respostas vêm incompletas. O mestre só lhe terá dado uma direção... No momento em que você chegar ao limite saberá o que irá permanecer.

Sendo assim, se alguém estiver tentando compreender o Zen intelectualmente, irá fracassar. Não se trata de uma resposta para uma pergunta, mas de algo maior do que a resposta. Trata-se da indicação da própria realidade... a natureza do Buda não é coisa muito distante: a sua própria consciência é a natureza de Buda. E a sua consciência é capaz de testemunhar as coisas que constituem o mundo. O mundo chegará a um fim, mas o espelho permanecerá, espelhando o nada.

Aqui, a última peça de um quebra-cabeça está sendo colocada em seu lugar: a posição do terceiro olho, o lugar da percepção interior. Mesmo no fluxo mutável da vida há instantes em que chegamos a um ponto de completude. Nesses momentos somos capazes de apreender o quadro completo, o conjunto de todas as pequenas peças que ocuparam por tanto tempo a nossa atenção. No momento da conclusão, podemos nos sentir tanto em desespero - porque não queremos que aquela situação chegue ao fim - como podemos nos sentir agradecido e receptivos ao fato de que a vida é cheia de conclusões e de novos começos.
O que quer que tenha estado observando o seu tempo e sua energia, agora está chegando ao fim. Ao concluir isso, você estará criando condições para que alguma coisa nova possa começar. Use essa pausa momentânea para celebrar ambas as coisas: o encerramento do velho e a chegada do novo”.
Ao escolhermos este caminho para fechar esta série queremos também reafirmar a nossa crença de que corpo, mente e espírito precisam governar nossa vida completamente fundidos num só coração. Só assim teremos paz, só assim seremos Unos com o Universo.

Namaste

domingo, 21 de junho de 2009

Cotidiano


Mesmos os estados mais exaltados e as mais excepcionais conquistas espirituais, não têm a menor importância se não conseguimos ser felizes nos caminhos mais básicos e comuns, e se não conseguimos tocar com o coração nossos semelhantes e a vida que nos foi concedida.

sábado, 20 de junho de 2009

Faça uso do que é BOM


Este história serve para fazer uma reflexão sobre a natureza humana e sua complexidade. Estou lendo um livro muito interessante de Jack Kornfield, que fala exatamente sobre as dificuldades humanas, em especial alguns mestres com os quais ele estudou o ZEN Budismo.E que ele usou um princípio muito importante que é:

FAÇA USO DO QUE É BOM.

Segue um relato de Jack Koprnfeld:

Depois de estudar com meu primeiro mestre, Achaan Chah, que tinha uma con­duta impecável e era, de muitos modos, um guru exemplar, cortês, perspicaz e amo­roso, participei de um retiro de um ano, estudando com um famoso mestre birmanês. Era um velho rabugento e desmazelado que jogava pedras nos cachorros, fumava charutos birmaneses e passava as manhãs lendo jornal e conversando com as mais belas das jovens monjas.
Nas conversas particulares, era um mestre esplêndido. Depois de treinar milhares de discípulos, ele era realmente um hábil guia para a meditação interior. Mas quando o vi em outras situações, fiquei cheio de dúvidas, pensando: "Ele não pode ser iluminado.
Passaram-se semanas de luta interior até que comecei a ver que ele era um grande mestre de meditação, mas, sob outros aspectos, um mau exemplo.
Percebi que eu podia usar o que era bom, semprecisar comprar todo o pacote. Não era perciso imitar este homem.
A partir de então afeiçoei-me bastante a ele, penso nele agradecido pelas coisas que me ensinou.

Namaste

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Verso Zen


Antes de entendermos o ZEN, as montanhas são montanhas, e os rios são rios.
Ao nos esforçarmos para entender o ZEN, as montanhas deixam de ser montanhas e os rios deixam de ser rios.
Quando finalmente entendemos o ZEN, as montanhas voltam a ser montanhas, e os rios voltam a ser rios.

Quando finalmente entendemos o ZEN, nós somos simplesmente o que somos, o tamanho exato, nada a mais e nada a menos. O tamanho exato que somos.
Namaste

terça-feira, 2 de junho de 2009

Tenho três inimigos



Tenho três inimigos. Meu inimigo favorito, o que é mais facilmente influenciado para melhor, é o Império Britânico. Meu segundo inimigo, o povo da Índia, é bem mais difícil. Mas o meu oponente mais formidável é um homem chamado Mohandas K. Gandhi. Sobre ele parece que exerço pouca influência. M Gandhi

Quando genuinamente praticamos o caminho espiritual, temos a nítida noção deste inimigo. Não conseguimos facilmente mudar a nós mesmo. Travamos uma luta com este inimigo e porque guerreamos, continuamos com os padrões de autojulgamente e agressão a nós mesmos.
A guerra dentro de nós.
Eis a questão.
Parar a guerra com este inimigo.
Namaste

Em situações difíceis, coma morangos



Muitas vezes estamos encurralados entre um precipicio e uma fera. Este conto ZEN abaixo, apresenta rica estratégia que funciona bem em situações difíceis de solucionar. Se algum dia, estiver preso entre uma rocha num lugar perigoso, com todas opções neutralizadas, e tendo a certeza que tentou tudo...
É hora de parar, deixar de reclamar, gritar ou lamentar. E muitas vezes é hora de desistir de lutar com aquela situação tenebrosa, e experimentar fazer alguma coisas que lhe dê prazer. Por um tempo pare de relutar, concorde em tirar o problema da cabeça e da vida. Liberte da situação de exaustão, de medo e desamparo.
Depois relaxe, saia e faça alguma coisa que lhe proporcione imenso prazer. Absorva as delicias da vida rica em prazeres, este é um momento de comer morangos. Os resultados irão surpreender.
Começe um novo caminho para se sentir melhor, ainda que a situação esteja no mesmo patamar. Por mais alarmante que seja, é uma nova decisão de não torrar a cabeça em algo que está muito difícil de solucionar. O importantte é que decidiu fazer algo que venha proporcionar deleite. Vá em frente! Siga por aí...

No livro "A Sabedoria Interior" de Irving Oyle, ele fala que os padrões de comportamento são modelados por uma das três opções: 1) O que pensamos dever fazer; 2) O que temos vontade fazer; 3) O que é divertido.

Em ordem de prioridades, estas opções costumam ser dispostas nesta ordem.
Se estiver encurralado, vá se divertir. Com certeza absoluta, vai ocorrer uma grande inversão na vida e a reordenação de prioridades pode fazer com esta vida de dificuldades desapareça, e um novo modelo se instale. Aprofundando mais, é nova forma de olhar para os obstáculos que muda, e um novo aspecto surge modificando todas as coisas.
Coma morangos!
Namaste!

Um conto ZEN



Coma Morangos!
Um Mestre Zen esta sendo perseguido por um urso quando chegou à borda de um barranco de vinte pés. Mais ou menos no meio da queda, topou com um galho de árvore que lhe amenizou a queda. O urso inclinou-se para a frente, tentando agarrá-lo. Os golpes de suas patas dianteiras por pouco não lhe atingia o alto da cabeça. Ele poderia facilmente ter saltado os últimos dez pés que lhe faltava para chegar ao solo, não fosse o tigre faminto que tentava agará-lo por baixo, e cuja patas chegavam a arranhar a sola das sandálias. Depois, viu uma cascavel, que rastejava ao longo do galho. Debaixo do galho, bem ao alcance de suas mãos, havia um tufo de morangos silvestres. Calmamente, o mestre estendeu a mão, colheu um morango roliço e vermelho, enfiou-o na boca e disse, em voz alta, " Mmmmm, deliciosos!" Por uma razão qualquer, o urso, enfurecido, arremessou-se a ele, perdeu o equilibrio e caiu sobre o tigre, dando início a uma batalha, que amedrontou a cobra e permitiu o mestre apanhar mais alguns morangos, salta levemente para o chão e segue seu caminho.
Coma morangos!
Namaste!