quarta-feira, 29 de julho de 2009

A ROCHA

O aluno perguntou ao Mestre :
- Como faço para me tornar o maior dos guerreiros ?
- Vá atrás daquelas colina e insulte a rocha que se encontra no meio da planície.
- Mas para que, se ela não vai me responder ?
- Então golpeie-a com a tua espada.
- Mas minha espada se quebrará !
- Então agrida-a com tuas próprias mãos.
- Assim eu vou machucar minhas mãos ...
E também não foi isso que eu perguntei. O que eu queria saber era como que eu faço para me tornar o maior dos guerreiros.
- O maior dos guerreiros e aquele que é como a rocha, não liga para insultos nem provocações, mas está sempre pronto para desvencilhar qualquer ataque do inimigo.

Namaste

terça-feira, 21 de julho de 2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

INFERIORIDADE



Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e honestidade, veio visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim que entrou no templo onde o mestre rezava, sentiu-se inferior, e concluiu que, apesar de toda a sua vida ter lutado por justiça e paz, não tinha sequer chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.
- Por que razão me estou a sentir tão inferior a si? Já enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditar, senti que a minha vida não tem a menor importância.
- Espere. Assim que eu tiver atendido todos os que me procurarem hoje, eu dou-te a resposta.
Durante o resto do dia o samurai ficou sentado no jardim do templo, a olhar para as pessoas que entraram e saíram à procura de conselhos. Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e com o mesmo sorriso luminoso no seu rosto. Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois tinha nascido para agir, não para esperar. De noite, quando todos já tinham partido, ele insistiu:
- Agora podes-me ensinar?
O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda tranquilidade.
- Estás a ver esta lua, como ela é linda? Ela vai cruzar todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante anos, e nunca escutei a lua a dizer: por que não tenho o mesmo brilho do sol? Será que sou inferior a ele?
- Claro que não - respondeu o samurai. - Lua e sol são coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os dois.
- Então, tu sabes a resposta. Somos duas pessoas diferentes, cada qual a lutar à sua maneira por aquilo que acredita, e a fazer o possível para tornar este mundo melhor; o resto são apenas aparências.

Namaste

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Monge e o gato

Um grande mestre zen budista, responsável pelo mosteiro de Mayu Kagi, tinha um gato, que era sua verdadeira paixão na vida. Assim, durante as aulas de meditação, mantinha o gato ao seu lado - para desfrutar o mais possível de sua companhia.

Certa manhã, o mestre - que já estava bastante velho - apareceu morto. O discípulo mais graduado ocupou seu lugar.

- O que vamos fazer com o gato? - perguntaram os outros monges.

Numa homenagem à lembrança de seu antigo instrutor, o novo mestre decidiu permitir que o gato continuasse freqüentando as aulas de zen-budismo.

Alguns discípulos de mosteiros vizinhos, que viajavam muito pela região, descobriram que, num dos mais afamados templos do local, um gato participava das meditações. A história começou a correr.

Muitos anos se passaram. O gato morreu, mas os alunos do mosteiro estavam tão acostumados com a sua presença, que arranjaram outro gato. Enquanto isso, os outros templos começaram a introduzir gatos em suas meditações: acreditavam que o gato era o verdadeiro responsável pela fama e a qualidade do ensino de Mayu Kagi e esqueciam-se que o antigo mestre era um excelente instrutor.

Uma geração se passou e começaram a surgir tratados técnicos sobre a importância do gato na meditação zen. Um professor universitário desenvolveu uma tese - aceita pela comunidade acadêmica - que o felino tinha capacidade de aumentar a concentração humana e eliminar as energias negativas.

E assim, durante um século, o gato foi considerado como parte essencial no estudo do zen-budismo naquela região.

Até que apareceu um mestre que tinha alergia a pêlos de animais domésticos e resolveu tirar o gato de suas práticas diárias com os alunos.

Houve uma grande reação negativa - mas o mestre insistiu. Como era um excelente instrutor, os alunos continuavam com o mesmo rendimento escolar, apesar da ausência do gato.

Pouco a pouco, os mosteiros - sempre em busca de idéias novas, e já cansados de ter que alimentar tantos gatos - foram eliminando os animais das aulas. Em vinte anos, começaram a surgir novas teses revolucionárias - com títulos convincentes como "A importância da meditação sem o gato", ou "Equilibrando o universo zen apenas pelo poder da mente, sem a ajuda de animais".

Mais um século se passou e o gato saiu por completo do ritual de meditação zen naquela região. Mas foram precisos duzentos anos para que tudo voltasse ao normal - já que ninguém se perguntou, durante todo este tempo, por que o gato estava ali.

E quantos de nós, em nossas vidas, ousamos perguntar: por que tenho que agir desta maneira? Até que ponto, naquilo que fazemos, estamos usando "gatos" inúteis, que não temos coragem de eliminar, porque nos disseram que os "gatos" eram importantes para que tudo funcionasse bem?

Por que não buscamos uma maneira diferente de agir?
Autor desconhecido
Namaste

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Koan - Enquanto estiver vivendo, tenha a consciência de que está morrendo.

Esse ensinamento Zen-budista é para vivermos nossas vidas com consciência da nossa mortalidade.

Isso não tem nada de macabro, mas focaliza a mente e nos mostra o que é realmente importante.
Viver com a consciência da morte pode nos tornar mais vivos.
Saber que o dia de hoje pode ser o último da nossa vida ajuda-nos a viver plenamente e a dar atenção ao que realmente importa.
Um discípulo do mestre Hakuin meditava por longos períodos de tempo sobre um koan e estava ficando desesperado por nunca alcançar a iluminação, até que Hakuin concordou que a situação era desesperadora e que, se ele não conseguisse alcançá-la em três dias, deveria suicidar-se.
No segundo dia, o discípulo alcançou a iluminação!.

VIDA COM MORTE.
Para refletir:

terça-feira, 7 de julho de 2009

O AMOR


O amor diz: Eu sou tudo.

A sabedoria diz: Eu sou nada.

Entre os dois a minha vida flui.


(Sri Nisargadatta)

Namaste

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Obrigado


Assolados por aflições, descobrimos o Dharma
E encontramos o caminho da liberação.
Obrigado, forças malignas!

Quando tristezas invadem a mente, descobrimos o Dharma
E encontramos felicidade duradoura.
Obrigado, tristezas!

Através do dano causado por espíritos, descobrimos o Dharma
E encontramos destemor.
Obrigado, fantasmas e demônios!

Através do ódio das pessoas, descobrimos o Dharma
E encontramos benefício e felicidade.
Obrigado, aqueles que nos odeiam!

Através da adversidade cruel, descobrimos o Dharma
E encontramos aquilo que não muda.
Obrigado, adversidades!

Através daqueles que nos forçam, descobrimos o Dharma
E encontramos o significado essencial.
Obrigado a todos que nos impelem!

Dedicamos o mérito a todos vocês, para retribuir sua bondade.
Longchenpa citado por Patrul Rinpoche, em "Words of My Perfect Teacher"